terça-feira, 22 de outubro de 2013
Veja como foi o curso "Impactos de e-books em bibliotecas", com Liliana Giusti Serra, realizado em 19/10/2013
No dia 19 de outubro de 2013, promovi
o curso “Impactos de
e-books em bibliotecas”, com a palestrante Liliana
Giusti Serra, em Parceria fechada com a FESPSP. Segue um breve resumo!
Na introdução do curso Liliana
relembrou a história do livro e das invenções tecnológicas que impactaram o
percurso do livro e das bibliotecas. Falou da invenção da escrita passando pelo
pergaminho, códice, invenção da prensa, tipos móveis e comunicação eletrônica,
com o advento da internet.
Liliana falou sobre o conceito de
livro para abordar a questão do livro eletrônico e chamou a atenção para o fato
de um livro em formato pdf que seja a cópia fiel de um livro impresso, por
exemplo, não ser, na verdade, um livro eletrônico (e-book). Um arquivo em pdf
que seja a cópia fiel de um livro impresso é apenas um livro em um suporte
digital, mas o livro em si continua sendo “analógico”, mesmo estando em pdf,
porque este formato não utiliza os recursos (os hiperlinks e os conteúdos
dinâmicos e interativos) que o formato digital pode oferecer. Há uma diferença
entre o que é “nativo digital” do que é "transformado/convertido para o digital".
A palestrante explicou os conceitos
de:
• Livro eletrônico/digital;
• E-textbook (didáticos);
• Livro expandido (enhanced books);
• Livro interativo.
Explicou sobre a necessidade de se
ter um equipamento para leitura dos e-books:
• Computador / Notebook;
• E-reader (leitor digital);
• Tablet;
• Smartphone.
Falou sobre a leitura digital, que
pode ser Vertical: Periódicos, PDF, Sem ou com poucos recursos, Retomada
da leitura em rolo; ou Paginada: Simulação do formato códice, Familiaridade
de navegação, Alguns aplicativos reproduzem som de folhear, Paginação complexa
ou ausente.
Liliana mostrou os diversos modelos e
explicou as diferenças entre e-reader, tablets, os formatos disponíveis para
cada um deles e como deve ser feita a escolha, o que devemos considerar no
momento de aquisição.
Vimos também as questões que envolvem
os conteúdos para os e-books, suas relações com as bibliotecas (escolar –
infantil/infanto-juvenil, acadêmica, pública) e seus tipos:
• Produção acadêmica / Institucional;
• Domínio público;
• Obras gratuitas;
• Obras de baixo custo (low cost);
• Open Access (acesso aberto);
• Conteúdo licenciado;
• Auto-publicação.
A palestrante explicou sobre os
formatos (aberto ou proprietário) e sobre o DRM (Digital Rights Management),
suas implicações e impactos em relação às bibliotecas e deu um panorama sobre
as questões de direitos autorais no nosso país e no mundo.
Liliana falou sobre as diferenças
entre editores, agregadores, distribuidores e fornecedores, quais modelos de
negócios cada uma dessas categorias costuma utilizar, modo de
assinatura/aquisição dos e-books e o que as bibliotecas precisam questionar e
observar, principalmente nos contratos, para que a aquisição não seja
equivocada ou ineficiente para a biblioteca.
Um ponto muito importante ressaltado
pela palestrante foi o fato de ser imprescindível que a Biblioteca atrele ao
seu catálogo (de preferência obtendo os metadados para inserção no OPAC) a
lista de e-books adquiridos – seja a aquisição de forma perpétua ou por meio de
assinatura. Ou seja, é preciso que estes produtos estejam totalmente ligados à
biblioteca para que o usuário possa ter uma base de dados única para realizar
sua pesquisa (não é viável ter uma base de dados/plataforma para pesquisa
segmentada por empresa – em sites diferentes - pois a tendência é que a biblioteca tenha contratos
com diversas empresas para montar seu catálogo), e também para que o usuário,
desta forma, enxergue tudo o que está à disposição como sendo um produto da
biblioteca.
Liliana comentou que antes dos
e-books a gestão era “bibliográfica” e, agora, com os impactos causados o foco da gestão será outro: “o conteúdo”.
A adoção dos e-books impactará
diretamente sobre o modo como a biblioteca realizará o seu desenvolvimento de
coleções. Grande parte da obtenção dos e-books é e será feita por meio de
assinaturas não perpétuas. Ou seja, a biblioteca pagará por um determinado
tempo, por uma determinada obra e não terá garantias de que esta obra passará a
pertencer ao acervo de maneira perpétua. Podemos nos deparar com casos em que o
autor muda de editora e um livro importante para o nosso acervo pode, de
repente, passar a não ser mais parte da coleção assinada. Podemos,
simplesmente, sofrer um corte de verbas que nos impeça de renovar a assinatura
de obras bem utilizadas em nosso acervo etc.
As bibliotecas precisam ficar atentas a esses
casos, assim como a casos semelhantes, por exemplo, de fornecedores que
mudam os contratos com os editores (a biblioteca será avisada? O fornecedor ou
distribuidor conseguirá incluir no contrato a nova editora do autor que
precisa?), ou com o pagamento para acesso perpétuo ou não de plataformas (em
casos de formatos proprietários) para não perder o acesso à materiais
adquiridos de forma perpétua, mas cujo contrato diz que para ter acesso à obra
é preciso ser assinante ativo da plataforma...
Para ajudar em todas essas questões,
Liliana abordou quais os critérios que as bibliotecas devem levar em
consideração para a escolha de fornecedores, escolha de conteúdos,
especificações técnicas, funcionalidades e de modelos de negócios para a
aquisição deste tipo de material. Foi um curso muito esclarecedor, produtivo e
ficou claro que as bibliotecas precisam se posicionar e estabelecer um bom
diálogo com as empresas para que possam ser ouvidas e atendidas de forma mais apropriada.
As bibliotecas devem se posicionar de modo que possam passar a ditar as regras
do negócio, como consumidoras, e não agir de forma passiva, aceitando de maneira
imposta as condições que as empresas querem passar (e que muitas vezes não são
as mais adequadas para nós, bibliotecas). Foi um curso muito bacana!
Marcia Helena foi a
ganhadora do livro sorteado entre os participantes, cortesia da
"livrosdebiblio"!
Agradeço à Liliana Giusti Serra, por
ter aceitado meu convite para ministrar este curso, a todos os participantes,
ao Akira Takiy, por toda ajuda e apoio, à FESPSP pela parceria e a todos que
ajudaram na divulgação deste curso, obrigada!
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Veja como foi o curso o curso "Letramento Infantil", com Nádia Hommerding, em 18/09/2013
Curso "Letramento Infantil", com Nádia Hommerding |
No dia 28 de setembro
de 2013, realizei o curso “Letramento Infantil: como
montar um programa para desenvolvimento de competências de leitura em Bebês e
Crianças na Biblioteca”, com a palestrante Nádia
Hommerding, em Parceria
fechada com a FESPSP.
Inúmeros estudos têm demonstrado que as crianças que consistentemente são expostas a uma variedade de estórias e experiências tornam-se melhores leitores, ouvintes, expandem seus vocabulários e desenvolvem maior capacidade de compreensão de textos, além de melhor habilidade para verbalização de pensamentos e opiniões do que aqueles que não foram expostos a tais experiências. Diante dessa constatação, pesquisadores definiram 6 habilidades/aptidões para aprender a ler, são elas:
1. MOTIVAÇÃO AOS MATERIAIS IMPRESSOS
(Print Motivation)
2.CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA (Phonological
Awareness)
3.VOCABULÁRIO (Vocabulary)
4.HABILIDADE NARRATIVA (Narrative Skills)
5.NOÇÃO/CONSCIÊNCIA DE MATERIAIS
IMPRESSOS (Print Awareness)
6.CONHECIMENTO DAS
LETRAS (Letter Knowledge)
O Letramento Infantil é: o que as
crianças aprendem e sabem sobre ler e escrever antes que saibam de fato ler e
escrever.
O objetivo do curso foi informar aos bibliotecários,
professores, pais e tutores de bebês e crianças (de 0 meses a 5 anos) a importância
da interação com livros, do ato de ler em voz alta e das consequências
positivas no desenvolvimento futuro da criança, além de buscar divertir a
criança ou bebê e despertar o sentimento de carinho e interesse na leitura e
nos livros, e como podemos realizar as ações/atividades para promover o
Letramento Infantil, seja nas Bibliotecas, Escolas ou em casa, com os
filhos/sobrinhos/netos.
O público-alvo de um programa de Letramento na Biblioteca ou Escola, ao
contrário do que muitos imaginam, não são somente os bebês e crianças, mas sim
os adultos (pais, mães, cuidadores, tios, avós). Os adultos são um público em
potencial para a Biblioteca, devemos aproveitar o momento em que eles estão na
Biblioteca com filhos para agir e proporcionar experiências de forma a fazer
com que os pais, crianças e tutores percebam a importância das crianças com os
livros, pois isso cria um laço afetivo que beneficiará o aprendizado. E,
cativando os pais, a tendência é que se cria, então, em toda a família, o gosto
pelos livros, biblioteca, incentivando, assim, a apropriação efetiva desse
espaço público pelos cidadãos.
Nádia chamou a atenção para a diferença entre “possuir
um mobiliário” para crianças e bebês na Biblioteca e “possuir metodologia de
ensino/trabalho”. Ter um mobiliário não garante uma efetiva relação entre a
biblioteca e os bebês e crianças de modo a ajudá-los em seu desenvolvimento. É
imprescindível que a instituição possua uma metodologia de ensino/trabalho, que
envolve estudos sobre o Letramento Infantil, para que de fato esse trabalho se
consolide.
Além disso, o programa de Letramento Infantil é
diferente do programa de Contação de histórias. O foco do Letramento é
trabalhar o desenvolvimento das 6 habilidades acima citadas. As ações focam
esse objetivo.
Foi um sábado muito produtivo e gostoso. A
palestrante Nádia mostrou na prática como montar um programa de Letramento, quais
e como podem ser desenvolvidas as atividades no programa.
Foi uma junção de informação com descontração e o
sábado passou voando.
Agamenon foi o ganhador do livro sorteado entre os participantes,
cortesia da "livrosdebiblio".
Confira as fotos no álbum do facebook!
Agradeço à Roseli Miranda, pela
indicação da palestrante, à Nádia Hommerding, por ter aceitado meu convite para
ministrar este curso, a todos os participantes, ao Akira Takiy, por toda ajuda
e apoio, à FESPSP pela parceria e a todos que ajudaram na divulgação deste
curso, obrigada!