Sábado, dia 08 de
dezembro, realizei o curso “Catalogação e Indexação de filmes”, com
Marina Macambyra, bibliotecária formada pela Escola de Comunicações e Artes da
USP, que trabalha na biblioteca dessa mesma instituição, onde é responsável
pelo tratamento do acervo de filmes, imagens fixas, gravações e partituras.
Marina Macambyra realizando exercício c/ os participantes |
Marina Macambyra elaborou o Manual
de catalogação de filmes da Biblioteca da ECA, disponível para download
no site da instituição (www.eca.usp.br/biblioteca/manuais)
e mantém o blog A imagem, o som, o tempo, sobre documentação
audiovisual (http://imagemfalada.wordpress.com/).
Entre os participantes estavam
bibliotecárias da PUC, UNICAMP, Cásper Libero e Mário de Andrade, entre outras
instituições, e a participação do público, a troca de experiências foi muito
enriquecedora.
A palestrante falou sobre as
diretrizes brasileiras adotadas para a Catalogação de Filmes (AACR2 e MARC 21) e também sobre suas “falhas”. Ficou muito claro que estas
normas não contemplam de forma satisfatória (e de modo a garantir uma “padronização”)
os materiais audiovisuais.
Marina falou também sobre a FRBR (Functional Requirements for Bibliographic
Records) e os caminhos sinalizados por ela, para tentar resolver as questões
não tratadas pelas normas usuais.
Indexação e resumos também
foram temas tratados pela palestrante, que chamou a atenção para a importância de
se realizar uma descrição correta, que faça com que o resumo não seja um relato
subjetivo do bibliotecário. A palestrante falou sobre as dificuldades
existentes nessas ações, para que o bibliotecário, ao resumir uma obra audiovisual,
por exemplo, não acabe “sugerindo conteúdos”, “descrevendo ações que não
acontecem” (que são apenas suposições do bibliotecário), para que não seja
incompreensível, não possua distorções ou, ainda, para que não tenha “visões
tendenciosas”. O resumo deve ser o mais imparcial possível, deve apenas
descrever exatamente aquilo sobre o que trata o documento, não deve conter interpretações
pessoais do bibliotecário. Parece óbvio, mas, infelizmente, muitos exemplos nos
mostram que esta atividade nem sempre é realizada de forma correta.
Marina também falou sobre a
indexação de ficção e não ficção, sobre as questões de assunto e gênero, e
sobre a indexação de imagens, cenas e sequências específicas e chamou a atenção
para se ter um cuidado especial para “não ver o que não existe”, sobre a flexibilidade das imagens, a questão dos “conteúdos sugeridos ou não
mostrados” e “conceitos abstratos”.
Pamela, Paloma, Marina e Juliana. |
Durante todo o curso a Marina lembrou
a importância de sempre levarmos em consideração o usuário do material audiovisual
e a instituição. É imprescindível que o bibliotecário conheça a instituição
(missão, valores, etc.) e seus usuários (perfis, necessidades, etc.), para que,
desta forma, a equipe possa definir seu manual de práticas para tratamento dos
materiais audiovisuais de forma que o trabalho possa, de fato, atender as
necessidades de seu público.
Recebemos muita informação
bacana, com exemplos reais de como podemos solucionar algumas questões, além de
dicas da Marina Macambyra, que arrancou boas risadas dos
participantes. Foi uma delícia e agradeço muito a Marina, por ter aceitado meu
convite para ministrar este curso!
Agradeço, também, a todos que
ajudaram na divulgação do curso, aos participantes (que enriqueceram ainda
mais o sábado, por meio de comentários e trocas de experiências) e ao Akira
Takiy, pelo apoio e companheirismo!
Confira as fotos publicadas no álbum
do Facebook.
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